sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Minha infância na Cúpula do trovão

Inspirado num post do Jovas, e pelo flash back que fiz nesse post.Resolvi falar sobre alguns "brincadeiras" da minha infância.Como as clássicas não tem muita graça de relembrar, vou citar as da Cúpula do Trovão.

Pular carniça :













Essa era foda!Aqui no nordeste ela leva a alcunha de "Unha de gavião".Já deu para perceber pelo nome que boa coisa não é.O sistema é simples, a "carniça" fica com as mãos do joelho e os participantes pulam sobre ela com o auxilio das mãos nas costas do coitado.Até aí nada demais, não fosse as variações dos saltos criados para humilhar e lesar o individuo.Exemplo: Martelo, coice na mula, tirar aguá da caçimba, levar o burro para comer capim, etc.
Curiosidade - Antes do pulo era preciso gritar qual seria o movimento executado e caso alguém não gritasse, automaticamente seria colocado no lugar da carniça.
Lado ruim - Depois de uma sequência de saltos o "carniça" ficava com as costas queimando de tanta pancada e por mais ferrado que ele estivesse não poderia sair.
O horror - As situações que o infeliz poderia deixar a brincadeira eram:Quando a mãe chamava(ou vinha buscar com o cinto na mão) e a segunda era passar pelo corredor polonês*(que vai ser explicado no fim do post)

Policia e ladrão com badoques e mamona :









Hoje esse tipo de brincadeira deve ser proibida por lei.Muito simples, dividi-se os times, todos armados com um badoque(ou estilingue) e um cacho de mamonas, policiais e ladrões se confrontavam nas ruas(ou dentro da área do condomínio.Quem era atingidos automaticamente ficavam fora da brincadeira.Até porque depois de ser atingido por uma mamona o sujeito era fisicamente obrigado a abandonar brincadeira por alguns minutos.(horas)
Curiosidade - antes da idéia da mamona a brincadeira era bem infantil.Usávamos armas de brinquedo e o som dos tiros eram feitos pela boca.
Lado ruim - Não dava para "dizer que morreu" e sair da brincadeira sem levar um tiro. ou seja, mesmo que você quisesse sair tinha que ser atingido.E fique certo que não era nada legal levar uma "mamonada".
O horror - Levar um tiro a queima-roupa nas costas ou na parte de trás da coxa.Era uma experiência no minimo traumática. Lembro que foi uma das vezes que chorei em publico.

Cuscuz :









Junta-se um monte de areia, põe um palito enfiado no meio e cada participante tira um pouco da areia com a mãos.Quem derrubar o palito toma porrada até tocar na "mancha"(local de salvamento, que podia ser uma parede, um poste, uma arvore,ect.) .
Curiosidade - Normalmente tem sempre alguém que derruba o palito quando tira areia demais.Porém, quando o montinho fica muito pequeno e ninguém tem coragem para tirar mais areia,o vento acabava derrubando o palito e o ultimo que mexeu se fode.
Lado ruim - Das pancadas só não valia jogar pedra,o resto tava valendo.Por azar a brincadeira se popularizou na mesma época que a Ridder lançou aquelas sandálias de 1,5kg.Agora imagine aquilo arremessado no meio das costas ou na cabeça?
O horror - Vez em quando alguem derrubava o palito por querer e corria.Por azar caía no meio do caminho ou era derrubado por alguem.Era uma cena triste.Cerca de 8 "crianças" batendo com vontade em um azarado.E só parávamos de bater se o cara chegasse até mancha, se chegasse.

Marinheiro :











Um coitado sentava no chão de costas para a galera, alguem "tocava" nas costas do cara e ele tinha que adivinhar quem era.Seria infantil se não fosse o upgrade que deram na forma de tocar no sujeito.Valia tudo, desde tapa até chute, o negocio era ser rápido e virar assim que o tapa fosse dado.
Curiosidade - Dependendo da posição dava para acertar quem dava o tapa pelo movimento da sombra no chão.
Lado ruim - A descoberta de algumas pancadas mais contundentes, tipo soco nos rins e cascudo deixou a brincadeira um tanto perigosa.
O horror - quando os malucos que estavam na brincadeira não davam uma de honestos.Ou seja, o cara acertava quem tinha batido e todos diziam que não só para sacanear.Já vi gente passar a noite toda levando tapa.

*O corredor polonês era o supra sumo da maldade infantil.Imagine 10 caras, 5 de cada lado formando um corredor.Qualquer pessoa que saísse de alguma brincadeira tinha que passar por ele.No corredor valia tudo, se tivesse alguém com faca ou revolver valia usar.Você tinha duas opções ao passar pelo corredor, uma era passar correndo e arriscar cair no meio(o que era mortal) ou então passar andando e aguentar a chuva de mãos numa boa.Não sei de onde surgiu o nome, porém ele é uma variação do famoso babau, que era um circulo que também valia tudo porém o "atacado" tinha que contar pausamente até 10 e o infeliz que batesse depois da contagem levava um babau para deixar de ser folgado.

Isso é só um pouco das inúmeras brincadeiras que fizeram parte da minha infância.Espero que gostem.

Sem revisão!

4 comentários:

Mr. K disse...

ahsauhsuahsuasa.. faltou o telefone sem fio! Uma das melhores!

Perdido disse...

Malz ae, eu ja acompanhava seu blog (meio de longe) pelo não nada não, mas agora coloquei ele lá no "Minha lista de blogs", que é o lugar que eu uso pra acompanhar os blogs de perto.

bjomeliga

Mayra de A a Z disse...

Destas brincadeiras, só brinquei a do cuscuz.

valentine disse...

Jesus!
Não brinquei nenhuma destas!
Não fui criança?

É, morei em prédio. Era piá de prédio. Infância de piá de prédio é jogar super nintendo.
hahahaha

:*